Com alta de casos, câncer anal pode ser evitado com vacina

Peter Dazeley/GettyImages

Considerado raro e ainda pouco discutido, o câncer anal tem se tornado um desafio crescente para a saúde pública. Na última década, houve mais de 38 mil internações em decorrência da doença em hospitais públicos no Brasil

Anna Shvets/Pexels

No mesmo período, foram registradas 6.814 mortes por causa desse tipo de tumor. É o que revela um levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), realizado com dados do Ministério da Saúde

Freepick

Estima-se que o câncer anal represente cerca de 1% a 2% de todos os tumores colorretais na população geral. A doença tem apresentado aumento de incidência nas últimas décadas, mas é prevenível e pode ser curada. Para isso, é preciso detectar e tratar precocemente

Freepick

Entre as manifestações dessa doença estão dor, sangramento, coceira ou uma pequena verruga (nódulo) na região do canal anal. Por isso, muitas vezes é confundida com hemorroida – o que faz a pessoa não procurar um médico

Freepick

A doença hemorroidária clássica é caracterizada por nódulos macios e amolecidos, mas eles podem ficar mais endurecidos num quadro trombótico agudo, por exemplo. As hemorroidas possuem um aspecto muito típico e característico e isso a gente consegue diferenciar por meio de um exame simples, chamado anuscopia, feito no próprio consultório

Victor Seid, coloproctologista membro titular da SBCP

Se a lesão for considerada suspeita, é realizada uma biópsia para a confirmação do diagnóstico. O tratamento depende do estágio de detecção da doença, mas pode incluir quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, cirurgia

Pixabay

Na maioria das vezes, o câncer anal está relacionado à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos tipos 16 e 18. O aumento da prática de sexo anal desprotegido está relacionado ao crescimento da incidência desse tipo de câncer

Freepick

Mas a principal ferramenta preventiva é a vacinação, disponível na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos. A imunização nessa faixa etária, antes do início da vida sexual, oferece maior proteção

Photo By: Kaboompics.com/Pexels

Outro fator de risco é a imunossupressão, característica de pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como aquelas que vivem com HIV ou fazem uso de medicamentos imunossupressores

Christine Sandu/Pexels

Para aqueles em grupos de risco, como pessoas com HIV ou histórico de infecção persistente por HPV, é importante realizar exames regulares, como a anuscopia, que permite detectar alterações precoces nas células da região

Freepick

O uso regular de preservativos durante o sexo vaginal, anal e oral continua sendo uma recomendação fundamental para prevenir a transmissão do HPV e outros agentes patogênicos que podem causar câncer

cottonbro studio/Pexels