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A Federação Internacional de Diabetes (IDF) reconheceu oficialmente uma nova versão da doença: o diabetes tipo 5, associado à desnutrição. Embora tenha sido descrito pela primeira vez há quase 70 anos, esse tipo de diabetes ainda é subnotificado e pouco compreendido
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Ao contrário do diabetes tipo 2 — que está fortemente ligado a excesso de peso, maus hábitos alimentares e sedentarismo —, o tipo 5 afeta principalmente indivíduos muito magros e com deficiências nutricionais severas
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De acordo com a IDF, estima-se que entre 20 milhões e 25 milhões de pessoas no mundo convivam com essa condição, sobretudo em países da Ásia e da África
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“É uma doença que afeta jovens de muito baixo peso, normalmente com IMC [índice de massa corporal] abaixo de 19, antes dos 30 anos”, explica o endocrinologista Fernando Valente, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e professor da Faculdade de Medicina do ABC
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Por essas características, a condição era frequentemente confundida com o diabetes tipo 1 – que também ocorre em pessoas jovens e magras. No entanto, há diferenças importantes: o tipo 1 é uma doença autoimune que destrói rapidamente a produção de insulina pelo pâncreas
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O tipo 5 está relacionado a uma menor formação de células beta pancreáticas, muitas vezes devido à desnutrição na gestação ou na primeira infância, fase importante de formação e desenvolvimento dos órgãos
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Para diferenciar os dois tipos, dois exames são essenciais: a dosagem de anticorpos contra o pâncreas (presentes no tipo 1) e a análise da reserva de insulina, medida pelo peptídeo C
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Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ainda não há dados oficiais sobre a prevalência do novo tipo de diabetes no país. Especialistas ouvidos pela Agência Einstein acreditam que muitos casos possam estar sendo erroneamente classificados como tipo 1
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Além da reposição de insulina, também é importante oferecer uma reestruturação nutricional adequada para os pacientes com diabetes tipo 5, com reposição de proteínas, carboidratos, micronutrientes, eletrólitos e outras vitaminas essenciais para o funcionamento do organismo
Estevam Costa/PR